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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A Hora da Despedida

Somente à algumas horas da partida,
É difícil não notar o ar ríspido e atordoado da casa...
É como se não houvesse o amanhã, muito menos o hoje.
É como se o tempo tivesse parado esperando pela morte ou algo parecido...
Como se o barulho fosse uma doença para qual o silêncio é o melhor e o único remédio para a epidemia.
Alguns escondem, outros tentam enganar a si próprio de que o destino, a tristeza ou a saudade não existem...
Difícil diferenciar ou definir o que se sente.
É como algo que não queremos acreditar, mas é inevitável.
O vento sopra cada vez mais alto avisando o passar do tempo e a proximidade do tão pensado “fim”. Palavra que seria um sinônimo se não fosse apenas o começo.
Engraçado lembrar o passado, difícil imaginar o futuro, complicado entender o presente...
A cada suspiro, a cada olhar ou a cada passo a dor se torna ainda mais insuportável, a mente busca algo em que acreditar, em que se apoiar...
Nada se explica com palavras, o silêncio fica subentendido, os gestos, lágrimas e imagens agora falam muito mais do que antes... O que se escreve ou o que se pensa já não tem mais nexo.
Cada segundo se torna precioso... Comecei a ouvir o pesar do bater dos ponteiros do relógio como se fossem marteladas que cada vez mais trincavam o prego da incerteza da vida, do medo do amanhã.
Os passos ficam cada vez mais rápidos, o olhar à procura de algo que está lá, mas está faltando. O desespero, a ansiedade, a saudade, a tristeza, agora começam a fazer parte do mesmo grupo de palavras, do mesmo parágrafo com uma única linha e sem ponto final.
As luzes nunca estiveram tão escuras... os sons nunca estiveram tão mudos...
Só resta esperar...
A hora da despedida.

Serpa Jr. 03/09/2004

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